Comida de vó é praticamente uma instituição. Bolinho de chuva, macarronada, pão. Comida de vó é a melhor. Não tem igual. Quase todo mundo tem uma história de passar a tarde, o fim de semana, as férias na casa da vó e se acabar de comer as mais incríveis delícias. Quase. Eu não tenho. Ou melhor. Eu não tinha.
Apesar de bem presentes na minha vida, o forte das minhas duas avós nunca foi a cozinha. Comida boa para mim sempre foi a da minha mãe. E ainda é. A melhor. O conceito de comida de vó era algo que eu não conhecia. Até conhecer a Dona Isa. A vó do Barca.
Devia fazer um mês que nós estávamos namorando quando passamos na casa dela para pegar alguma coisa. Como toda vó, logo eu descobri, ela nos sentou e ofereceu uma coisinha para comer. Pudim. De coco. Com calda de vinho.
Dei a primeira garfada e ouvi:
Quem come esse pudim não sai mais de casa.
E eu não saí. Nos anos que seguiram, teve mais pudim. Panquequinhas doces com açúcar e canela. Muita feijoada. Panqueca salgada. Macarrão. E tudo que eu sempre ouvi sobre comida de vó. Vem temperada com um carinho único. Que abraça a gente pelo estômago e cria uma conexão.
Até chorei!!
Lindo! Chorei também, quem sabe um dia faça ao menos um prato que crie essa conexão citada pela Marília!