Entre panelas e sabores

Estou lendo Pense no Garfo, um livro instigante sobre como as tecnologias que usamos na cozinha afetam nossa relação com a comida, do que  comemos ao que sentimos. Quando fiquei sabendo que o chef Guga Rocha faria um workshop em uma loja da Le Creuset em São Paulo, não tive dívidas de que eram os planetas se alinhando para harmonizar livro e evento.

Le Creuset é uma marca francesa de panelas e outros utensílios famosa por suas caçarolas de ferro fundido e esmaltadas de alta de qualidade. São belíssima. E caras. Mas, particularmente, eu acredito que qualquer investimento na cozinha vale a pena. Porque (a) o dinheiro é seu e você gasta no que quiser e (b) produtos culinários são seus companheiros de aventura e você deve escolhê-los bem.

Eu cheguei um pouco atrasada – working girl, sacomé! – mas a tempo de vê-lo falando da tampa da panela que estava usando para preparar o tagine de pato no tucupi com couscous marroquino.

1) A comida ficou divina. Sabores brasileiros inspirados pela culinária estrangeira: uma bela ideia delicsiosamente executada.

2) É fascinante ver como a tecnologia trabalha a favor da comida. E não falo de robôs e fórmulas, mas de algo simples e magnífico como um tagine, panela que nomeia os pratos preparados nela. Graças ao formato cônico de sua tampa, a panela garante que o vapor condense e volte ao fundo para continuar cozinhando o alimento. Não sei você, mas eu acho isso lindo.

O outro prato que acompanhei Guga preparando foi um Cordeiro Doufeu. Sim, estava delicioso. E a panela mais uma vez brilhou tanto quanto a comida e apareceu no nome do prato: a carne veio temperada com mais uma boa história sobre a engenhosidade humana criando novas delícias.

“Projetadas em 1600, as panelas holandesas originais podiam ser levadas diretamente sobre a fonte de calor como madeira em chamas ou brasa quente. Cozinheiros costumavam colocar carvão ou brasa no topo do recipiente, com o objetivo de cercar toda a panela com calor, criando um efeito de forno.

Criada originalmente em 1934 pela Le Creuset, a Panela Doufeu conta com uma tampa chata, projetada para que gelo seja colocada sobre ela, em vez de brasa.  O vapor criado no interior da panela faz com que o gelo na sua tampa condense, e permitem que o líquido condensado pingue lentamente em seu interior – dessa forma o alimento fica macio e não perde seus nutrientes naturais nem sabor, sem que haja a necessidade de ficar adicionando água a todo momento durante o preparo.”*

Teve panacota com frutas vermelhas de sobremesa. Estava de comer rezando. E olha que eu não sou de panacota nem de rezar!


Entre uma colherada e outra, garfei algumas frases bacanas do chef:

“Cozinhar é respeitar o tempo das coisas.”

“Precisamos usar mais especiarias.”
Sobre ousar mais na culinária e colocar temperos como canela na carne. Essa dica eu tô doida para experimentar!
Não acredita na receita.”
Sobre não seguir um passo a passo à risca na hora de cozinhar, mas sim cuidar da comida.

@chefgugarocha #dooutroladodamesa , ou melhor, do balcão #acrossthetable #lecreuset #chef #foodcrush #comidabrasileira

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Para engrossar o caldo:

Resenha do livro Pense no Garfo feita pela capitã Lady Sybylla

*Fonte: lecreuset.com.br

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