O milagre da vida tem gosto de abobrinha

Ou coisas que ninguém te fala sobre gravidez e alimentação

Depois do susto, das incertezas, questionamentos, reflexões sobre a imposição da maternidade às mulheres na nossa sociedade e de como a justiça está matando mulheres que não tem ace$$o à escolha, veio o enjoo. E com ele a descoberta de que ninguém teve a decência de me avisar que os enjoos da gravidez têm gosto de abobrinha, o que pode ser ok para quem gosta do vegetal, mas no meu caso é exatamente o gosto que me faz querer vomitar.

Felizmente passou. Encontrei a obstetra certa para mim e ela veio com uma lista de dicas para lidar com os enjoos. Limão, gelo e torrada foi o que funcionou para mim.

Mas nem tudo são abobrinhas na gravidez. Tem também o agridoce olfato de cão farejador. Horrível para os odores menos agradáveis da vida, mas fantástico para uma reconexão com cheiros da cozinha de todo dia, como batata cozida. A primeira vez que eu senti o cheiro de batata cozinhando depois de grávida foi também quando eu me cai mais uma vez de amores pela batata. Era o cheiro mais incrível do mundo, terroso e limpo como chuva.

E só ficou melhor quando ela saiu da panela de água fervente para o prato, aberta e salpicada de sal. Foi a melhor batata que eu comi na minha vida, a batata que estragou todas as outras experimentadas até ali e me fez apreciar ainda mais todas as que experimentei desde então.

Fica aqui meu aviso para as próximas grávidas: o enjoo pode ser mais nojento do que você espera, mas comer fica ainda mais incrível e delicioso, é como experimentar todos os sabores pela primeira vez novamente.

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