Ketchup na pizza

Paulista é presa por colocar ketchup em pizza no Rio

Nesta segunda-feira, 06 de março de 2016, o Supremo Tribunal Paulista sentenciou Marília Passos, 28 anos, a quatro meses de reclusão por depredação de patrimônio cultural de São Paulo.

Entenda o caso

Em 1° de Janeiro de 2016, a paulista foi presa em flagrante na Pizzaria Guanabara, localizada no bairro do Leblon, Rio de Janeiro, colocando ketchup na pizza.

A prisão foi feita por dois policiais paulistanos à paisana, que acompanhavam há meses o comportamento suspeito de turistas paulistas em terras fluminenses. Após a detenção, Passos foi transferida para São Paulo, onde pagou fiança para acompanhar o processo em liberdade.

O caso ganhou repercussão quando membros do CPCR – Clube Paulistano de Cagação de Regra – pediram a expulsão de Passos de São Paulo.

Em resposta, a Associação Deboísta da Vila Madalena divulgou uma nota de repúdio à decisão do juiz Antônio Carlos e ao pedido dos cagadores, como os membros do CPCR se autodenominam.

Protestos foram organizados no Rio de Janeiro e São Paulo, atacando e defendendo a ré. A Polícia Militar precisou agir em dois deles para conter os manifestantes que atiravam sachês de ketchup contra prédios públicos.

Figuras públicas, como o arcebispo do Rio de Janeiro Orani João Tempesta e o senador e ex-jogador de futebol Romario, posicionaram-se em defesa de Marília.

A ré, que havia se mantido em silêncio desde a prisão, deu uma declaração através de seus advogados:

“Qualquer um que já comeu pizza no Rio sabe que aquilo é intragável. Eu coloquei [ketchup] mesmo e colocaria de novo.”

A defesa vai recorrer da sentença.


Este texto foi publicado pela primeira vez na zine Departamento de Pequenas Causações, criado em parceria com as extraordinárias Maíla Sandoval, Michele Brito, Marcia Dantas, Balbie Madeleine, Camila Marques, Tuira Orlandi, Ketty Valencio, Ana Barella, Suzanne Tanoue e Natália Rodrigues, e sob a benção e conselhos da admirável Clara Averbuck.

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