Procrastino, não nego. Faço quando eu puder.
Tem coach o suficiente na internet falando sobre procrastinação, se é boa ou ruim, como evitar, como matar, como aproveitar. Eu lido com a minha estudando gerenciamento de tempo e produtividade, e conversando com a minha terapeuta sobre culpa capitalista. Então esse não é um texto sobre como transformar a sua procrastinação em produtividade acrescentando fermento biológico e sal. Mas sim sobre como eu me pego navegando para cozinha quando me sinto travada perante uma tarefa.
Cozinhar é terapeutico. Tem algo em juntar ingredientes e transformá-los em algo novo, bonito, saboroso que acalma minha mente melhor que muitas horas no app de meditação. Minha atenção plena está na cozinha e não em uma bola de luz andando pelo meu corpo. ¯\_(ツ)_/¯
A pior parte da procrastinação para mim é a sensação que sinto de fracasso, incompetência, inutilidade. E cozinhar é meu antídoto para tudo isso. Eu posso não estar fazendo o que eu devia, mas me movi, fiz magia, alquimia, provoquei reações químicas e físicas com as minhas mãos e mente. Tratei a culpa que sinto por não conseguir produzir. E, às vezes, é isso que eu preciso para voltar a executar um planilha ou uma ligação para o pediatra.
Minhas receitas favoritas para cozinhar na procrastinação são:
- Cookies com gostas de chocolate da Miss Cookie/Rainha da Cocada Raiza Costa
- Minha pizza perfeita
- Pão italiano sem sova – esse garante quase 24 horas deixando as coisas para depois
- Bolo de chocolate da Kay
Como vocês podem ver, massas são ótimas companheiras na arte de protelar. Talvez tenha a ver com respeitar o tempo das coisas para assar e crescer. Talvez seja a vontade de comer carboidrato.
Esse texto faz parte do desafio de escrita da Lura Editora #lura10dias.